Roteirista da Marvel diz que era obrigada a escrever histórias progressistas

Valerie expôs situações constrangedoras que passou em sua carreira.
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Não é novidade pra ninguém que mesmo com a queda de sucesso, as obras envolvendo super heróis ainda são bem queridas pelo público. Os filmes continuam no hype, os fãs sempre tem uma esperança de que algo bom possa estrear nos cinemas ou nos streamings. O último exemplo disso foi “X-Men’97”. A série se tornou a obra mais bem avaliada do UCM e está se consolidando positivamente entre os que a assistem.

Mas, antes de séries de animação, séries em live action e filmes de cinema, o material primário sempre foram os quadrinhos. Infelizmente, os leitores também acabam sofrendo com histórias rasas e sem profundidade, com foco em bandeiras ideológicas.

E sobre isso, a escritora Valerie D’ Orazio, que já escreveu histórias do “Justiceiro” , “Origem dos X-men: Emma Frost”, “Além: O complexo do Coringa: O homem que Ri” declarou que muitas das histórias que vão para os quadrinhos são de escolha da editora ou editor.

“Existem vários cenários que acontecem: a) Oss chefes forçam o editor ou escritor a fazer uma história de choque impopular. b) O editor fica desonesto e toma a decisão pela história impopular ele mesmo ( o que pode acarretar em demissão). E c) O escritor é sacrificado tanto pelo editor quanto pela editora.

Valerie prosseguiu as declarações no twitter falando também de uma experiência própria, de quando lançou o “Justiceiro MAX”. Segundo ela, o editor Axel Alonso teve uma conversa onde a aconselhou a ficar quieta

“Quando escrevi o Justiceiro Max, o editor Axel Alonso basicamente captou minha reação e me chamou pra uma “conversa estimulante” na manhã anterior ao lançamento da obra. Ele basicamente me aconselhou a ficar quieta, dizendo ‘boa sorte’. Depois disso, o enredo do Justiceiro foi ditado para mim, e eu que levei a p*** por isso, ninguém da Marvel me apoiou.”

A escritora ainda relata que não queria escrever personagens feministas, como os “chefões” gostariam. O seu grande desejo era escrever apenas sobre Wolverine ou sobre o Coringa.

“Todos os editores queriam me fazer escrever histórias de personagens feministas, mas tudo que eu queria era apenas escrever sobre Wolverine ou Coringa. Então, me senti como se tivesse sido colocada na arena pública, só pela polêmica e isso foi péssimo.”

Vale destacar que as declarações de Valerie foram no “X” em 2023. Ela ainda completou que a Marvel a incentivou a se assumir lésbica, mesmo sabendo que não era, para impulsionar as vendas.

“No início da minha carreira de escritora de quadrinhos na Marvel, também fui incentivada por diversas pessoas da indústria a “me assumir” como lésbica (mesmo não sendo lésbica) para aumentar as vendas. Fui aconselhada por uma pessoa da Marvel a lançar Cloak & Dagger como uma história LGBTQ (o que eu fiz).Uma pessoa na indústria me perguntou “qual seria o mal” se eu simplesmente me “comercializasse” como gay, apenas como um “gancho”. Disseram-me que eu seria um “superstar” e em toda a mídia. E acho que nunca discuti isso publicamente antes. É selvagem, cara.

A escritora deu essas declarações em seu perfil no “X” em 17 de Maio de 2023. Seu usuário é @TheVallyD

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