Um debate vem tomando conta tanto dos profissionais como do público em Hollywood. Será que de fato acontece uma fadiga dos filmes de super heróis? O gênero começou a se tornar realmente popular na primeira década dos anos 2000, quando tivemos a trilogia do ”Homem Aranha” de Sam Raimi, a grandiosa saga do ”Cavaleiro das Trevas” de Nolan e o início do UCM em 2008, com Homem de Ferro.
Porém, foi a partir da segunda década que essas produções atingiram seu ápice, graças ao auge do universo cinematográfico da Marvel. Contudo, depois de ”Vingadores: Ultimato”, podemos contar nos dedos as produções que fizeram sucesso. Se mudarmos para a concorrência, a DC não conseguiu estabelecer seu universo, fazendo que o DCU fosse um fracasso total.
Mas, em 2022, um filme da DC que não tem ligação com o universo compartilhado do estúdio fez sucesso. ”The Batman”, que teve a direção de Matt Reeves foi um sucesso de bilheteria com arrecadação de US$ 772,2 milhões. Para um efeito de comparação, ”The Batman” só teve bilheteria inferior a três obras do DCU, que foram ”Aquaman” que faturou US$ 1,152 bilhão, ”Batman vs Superman: A Origem da Justiça” com 872,7 milhões e ”Mulher Maravilha” que arrecadou US$ 824 milhões.
”The Batman” apresentou um herói diferente do que já tinha se visto do ”Homem Morcego” no cinema. Apesar de não ser um filme de origem, a obra foca no segundo ano de Bruce Wayne como o Batman, focando no aspecto das investigações, já que nos quadrinhos, o Batman é o maior detetive do mundo. A obra ainda trás um dualismo interessante do personagem, entre ”ser Bruce Wayne e ser o Batman”, entre servir de esperança para os cidadãos ou ser apenas a vingança para os criminosos de Gotham.
O longa trás Robert Pattinson no papel principal e Paul Dano como vilão charada. E para Paul, a saturação de filmes de heróis pode sim ter chegado em Hollywood, mas não atingiu ”The Batman” por conta do bom roteiro. O ator deu sua opinião para o Independent.
“Há filmes sobre quadrinhos o suficiente em que você já sabe o que vai receber. Lendo o roteiro de Batman (2022), sabia que era um filme de verdade. Cada frase… Isso é Matt Reeves.”
Dano também criticou a forma como Hollywood tem feito os filmes de heróis. Para ele, o caminho que a indústria tem trilhado com o gênero é errado.
“É um momento interessante em que todo mundo tem que ficar tipo: ‘OK, e agora?’ Espero que, a partir disso, alguém dê uma nova vida aos filmes de quadrinhos, ou floresça outra coisa que não seja super-heróis. Tenho certeza de que ainda haverá alguns bons filmes por vir, mas acho que este é um momento bem-vindo.”
Qualidade ao invés de Quantidade
Paul Dano não era o tipo de ator que topava fazer filmes de super heróis ou almejava esses projetos para sua carreira. Porém, ao ver o roteiro de Matt Reeves mudou de opinião e inclusive, se tornou fã do Batman. Para ele, o grande problema e razão da fadiga do público em razão a esse tipo de produção, é a grande quantidade de filmes e a falta de qualidade neles
“É uma coisa maior também. Assim que a palavra ‘conteúdo’ entrou no que fazemos – passou a significar fazer filmes ou séries – colocou quantidade à frente da qualidade, o que acho que foi um grande erro. E, eu certamente não preciso disso como espectador ou como artista.”
Paul Dano se arriscou a escrever uma história em quadrinhos do personagem ”Charada”, que serve de prelúdio para ”The Batman”. No Brasil, a história virá ao público em breve, pela Panini.
”The Batman: Parte II” estreia nos cinemas em 2 de Outubro de 2025.
