Autor de “X-Men’97” revela inspirações de tragédias do último episódio

Vale lembrar que a série terá apenas 10 episódios.
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A série “X-Men’97” é o grande sucesso da Marvel até o momento. Depois de enfileirar alguns fracassos, desde o lançamento de “Guardiões da Galáxia 3”, o estúdio parece ter acertado a mão com a produção animada. A série conta com uma boa animação, consegue conservar a essência da obra dos anos 90 e, sobretudo, adicionar novos elementos.

Mas, engana-se quem pensa que a série não passou por problemas. O criador Beau De Mayo foi demitido antes mesmo do programa começar, e até agora não se tem uma explicação do porquê. Apenas a Marvel se manifestou dizendo que tudo foi feito em comum acordo.

Inspiração em fatos históricos

Bom, não dá pra saber se é verdade ou não. Mas, depois de um tempo em silêncio, o autor usou o “X” para falar de suas inspirações para o último episódio. De Mayo relatou que usou experiências trágicas reais para poder fazer algo impactante na obra. O ataque a Genosha teve sua inspiração no ataque terrorista do 11 de Setembro, quando dois aviões atingiram as torres gêmeas.

Mas, por Genosha ser fictícia e se tratar de um local com uma população totalmente mutante, Beau também revelou sua inspiração no massacre da boate Pulse. Caso você não conheça, a boate Pulse é um bar LGBT em Orlando.

Há oito anos atrás, dentro dessa boate, aconteceu um massacre. O ataque terrorista ao estabelecimento vitimou cerca de 102 pessoas, sendo 49 delas fatais. 40 pessoas morreram no local e 53 foram para o hospital em estado grave.

Confira as declarações de Beau De Mayo sobre a relevância dos acontecimentos para sua inspiração na série.

” […]O mundo era um lugar aparentemente mais seguro para nós, onde um personagem como a Tempestade comentava como o racismo baseado na cor da pele era “estranho” em A Volta do Fanático. Na maior parte do tempo, para as nossas mentes jovens, o mundo era um lugar simples de certo e errado, onde questões sobre identidade e justiça social tinham respostas relativamente claras e diretas.

Então aconteceu o 11 de setembro e o mundo se voltou contra si mesmo. As coisas não eram mais tão seguras. Os movimentos populistas de base começaram a surgir em todo o mundo enquanto uma nação inteira lutava para lidar com o trauma coletivo e uma fratura no coração de toda minoria. Efeitos que ainda sentimos hoje e só foram exacerbados por mais traumas coletivos como a COVID ou várias crises econômicas.

Para mim, pessoalmente, o 11 de setembro também foi quando saí do armário para minha família e percebi que nem todos me aceitariam. Foi quando entrei na faculdade e percebi que certos grupos me evitavam, ou que uma barbearia em Tallahassee se recusava a me atender porque não “cortavam cabelo de pretos”.

A realidade que Jubileu descobriu no episódio 4 tornou-se muito real e assustadora. Isso aconteceu com muitas pessoas. Tínhamos filhos e conseguíamos empregos de alto risco. De repente, não era o suficiente para sobrevivermos.

Tínhamos responsabilidades e pessoas cuja sobrevivência dependia do cumprimento dessas responsabilidades. Estávamos crescendo…[…]
Sim, parecia que a história de Gambit estava seguindo uma direção específica. O cropped foi escolhido para fazer você gostar dele. Ele tirar a camisa foi intencional. Tem um motivo para ele ter falado para a Vampira que qualquer idiota sofreria na mão dela em uma dança, mesmo que não fosse ele.

Se eventos como 11 de setembro, Tulsa, Charlottesville ou a boate Pulse nos ensinaram alguma coisa, é que muitas histórias chegam ao fim cedo demais. Eu dançava no Pulse. Era a minha boate de sempre. Tenho tantas ótimas lembranças de seu incrível salão branco. Era, como Genosha, um espaço seguro para mim e para todos como eu dançarmos, rirmos e sermos livres. Pensei muito sobre isso ao elaborar esta temporada e este episódio, em como a comunidade gay em Orlando se recuperou desse evento.

Como muitos de nós, que crescemos assistindo ao desenho original, os X-Men foram duramente atingidos pela realidade de um mundo adulto e inseguro. A vida aconteceu com eles. E eles, tal como nós, terão de decidir a que partes de si próprios vão se agarrar e a que partes vão abandonar, para fazer aquilo que eles têm dito que a humanidade deveria fazer: enfrentar um futuro incerto que nunca pensaram que ia acontecer.

Como Trask disse ao Ciclope no episódio de estreia: “você não tem ideia de como é ser deixado para trás pelo futuro”. Agora os X-Men têm e, como cada um de nós, eles terão que avaliar se este é um momento para justiça social — ou como Magneto pregou em seu julgamento, se é um momento para cura social.”

Os episódios de “X-Men’97” estão disponíveis no Disney+. A cada semana, um novo episódios toda quarta feira. Segundo rumores, uma nova temporada já pode estar em desenvolvimento.

Alem disso, o sucesso da série pode fazer com que a Marvel reviva animações de sucesso dos anos 90. A série do Homem Aranha é uma das favoritas do público. Em suma, devemos aguardar o desfecho da série e um pronunciamento oficial.

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