Não se exagera ao afirmar que os desenhos japoneses ocupam um lugar de destaque na extensa coleção de paixões dos brasileiros. Trata-se de um amor de longa data: teve início na televisão dos anos 90 e, impulsionado pelo crescimento das plataformas de streaming e pelos impactos da pandemia, o Brasil ascendeu como o terceiro maior mercado de animes fora do Japão e da China, sendo superado somente pelos Estados Unidos e pela Índia.
Com isso, a principal plataforma de Streaming que foca apenas em animes decidiu montar uma equipe em São Paulo. A Crunchyroll voltou suas atenções para que títulos sejam dublados em português, além de estar presente em diversos eventos de cultura pop. Mas, para o Brasil chegar nesse status no consumo dessas obras, a TV aberta foi extremamente necessária.
Foi no início da década de 1990, precisamente em 1994, que a emissora TV Manchete iniciou a febre de animes por aqui. O primeiro grande sucesso no Brasil foi ”Os Cavaleiros do Zodíaco”. De lá para cá, obras como ”Naruto”, ”One Piece e o grande sucesso, ”Dragon Ball Z”, se consolidaram por aqui.
Conheça as categorias dos animes
Mas, engana-se quem acredita que os animes populares são apenas os de categoria ”Shounen”. O Brasil é um consumidor de todas as escalas da obra. Na categoria ”Shoujo”, onde as histórias de ação tem o foco em personagens femininas, existem dois animes de grande sucesso por aqui: ”Sailor Moon e ”Sakura Card Captor”.
Já a categoria ”Seinen” é uma espécie de evolução do ”Shounen”. Na ”Seinen” o fã acompanha histórias de ação, mas com personagens adultos e uma temática mais séria, envolvendo guerras, políticas e até máfias. Em suma, alguns títulos de sucesso dessa categoria no Brasil são: ”Vinland Saga”, ”Cowboy Bebop” e ”Chainsaw Man”. A categoria ”Josei” funciona da mesma forma que a ”Seinen”. Ela é voltada ao público feminino, mas com personagens mais desenvolvidas e temáticas mais sérias. Um exemplo de anime conhecido por aqui é o ”Paradise Kiss”.
E para completar, não podemos esquecer de uma categoria que trouxe para o público um anime muito querido. Os animes ”Kodomomuke” são as obras voltadas ao público infantil com personagens mais graciosos e ”fofinho”. Com essa descrição fica fácil saber que é a essa categoria que pertencem animes como ”Hantaro”, ”Pokemon” e ”Digimon”.
Pandemia deu nova oportunidade para o mercado de animes
Vinte anos depois, o mercado de anime passou por outra virada durante a pandemia de Covid-19. No auge do bloqueio em 2020, a bilheteria total do ano nos Estados Unidos despencou 80%, o mercado de teatro japonês caiu 45% e a indústria de animação encolheu apenas 3,5%, com um valor de mercado de aproximadamente US$ 21,3 bilhões.
Títulos estão ganhando espaço nos cinemas
Não pense que os animes saíram da televisão aberta para estacionar nos streamings. As produções são cada vez mais frequentes nas telonas de cinema. Podemos citar aqui o caso de ”Demon Slayer”, que lançou entre o fim da primeira e o início da segunda temporada o especial ”Mugen Train”. O filme arrecadou um total de US$ 504 milhões em cinemas do mundo todo. Isso fez com que a animação se tornasse a maior bilheteria da história, se tratando de um anime.
Tem tudo para crescer no país do futebol
Existem, Um deles chamou a atenção por reunir duas paixões do país. ”Blue Lock” conta uma história sobre futebol, e o mangá ainda aborda a seleção japonesa tentando se reerguer após o constrangimento da Copa do Mundo de 2018. Na obra, nomes do futebol brasileiro como Neymar, Zico e o grande Rei Pelé são mencionados.
