A jornalista Juliana Barbosa escreveu uma matéria intitulada: “Sensíveis e reais, novos galãs quebram estereotipo machão da indústria” para o site Metrópoles. A matéria em questão é um claro exemplo de como a mídia e a indústria do entretenimento estão promovendo uma narrativa que enfraquece os valores tradicionais da masculinidade.
Ao exaltar o abandono do “estereótipo machão” e promover uma imagem de homens “mais sensíveis”, o texto se esforça para normalizar comportamentos que, até recentemente, seriam vistos como contraditórios à natureza masculina. Esse esforço para redefinir o que é ser homem parece menos sobre libertar a masculinidade e mais sobre diluir suas características essenciais.
O artigo celebra figuras como Timothée Chalamet e Jeremy Allen White, apresentando-os como novos ícones masculinos por expressarem vulnerabilidade e, em alguns casos, adotarem posturas que flertam com a quebra de padrões de gênero, por exemplo ao usarem saia ou unhas pintadas.
O problema é que, ao promover esse tipo de comportamento como desejável ou moderno, se ignora que a força, liderança e estabilidade emocional — qualidades tipicamente associadas à masculinidade — não são oponentes da sensibilidade, mas, sim, complementares. Homens sempre foram capazes de sentir e expressar emoções, mas essa ideia de que vulnerabilidade extrema ou até mesmo a adoção de traços femininos é o caminho para um “novo homem” é uma narrativa forçada.
A noção de que esse movimento de “fluidez de gênero” ou de masculinidade sensível é uma vitória cultural é questionável. Será que estamos realmente abrindo espaço para uma nova diversidade, ou estamos apenas criando um novo tipo de imposição social, onde ser um homem forte, autossuficiente e confiante é visto como ultrapassado ou até “tóxico”?
Ao transformar o que antes era uma exceção em regra, a mídia cria uma falsa dicotomia, onde se acredita que o único caminho para a evolução masculina é o abandono total de suas características fundamentais.
Além disso, a tentativa de romper com o “estereótipo machão” falha em reconhecer a importância que figuras como Brad Pitt, Antonio Banderas e outros galãs dos anos 90 tiveram no imaginário masculino.
Eles representavam uma versão de força e virilidade que, longe de ser uma prisão, oferecia aos homens modelos de inspiração, equilíbrio e responsabilidade. Reduzir essa era a um simples estereótipo, como a matéria faz, é ignorar a complexidade da figura masculina ao longo da história.
Por fim, a insistência em apresentar essas novas representações de homens como o “futuro” da masculinidade ignora o fato de que o masculino não precisa ser reinventado para que seja valorizado.
O que estamos testemunhando não é um avanço, mas uma tentativa de desconstruir aspectos que sempre foram centrais na identidade masculina, em prol de uma agenda progressista que não reflete a realidade da maioria esmagadora de homens ao redor do mundo.
TEXTO POR: EDINOR JUNIOR