A série “The Chosen” é um sucesso incontestável. A obra que conta a vida de Jesus Cristo através da ótica de seus seguidores conquistou o coração de diversas pessoas ao redor do mundo. Muitas pessoas que não são cristãs se emocionaram durante essa quarta temporada.
A equipe The Chosen Br seguiu a estratégia do ano passado para disponibilizar os episódios da série para os fãs. Lives semanais com dois episódios cada, além de uma novidade, participações de influencers e personalidades do meio cristão após a exibição dos episódios.
Conflitos, mortes e início do momento derradeiro da vida de Cristo.
A quarta temporada de “The Chosen” surpreendeu os fãs com alguns momentos bem impactantes. Logo no primeiro episódio, os fãs presenciaram todo o momento da morte de João Batista. A produção conseguiu proporcionar uma experiência imersiva e emocionante.
A morte de João é bem sentida por Jesus que só aparece no fim do episódio. O grande ponto alto do segundo episódio, é, sem dúvida a profissão de fé de Simão. Ele confessa publicamente que Jesus não é só um professor, mas o Filho de Deus. Nesse momento, Jesus troca o nome de Simão para Pedro.
Isso demonstra claramente a liderança do discípulo perante aos demais, o que incomoda principalmente a Tiagão e João. Outro ponto bem interessante do episódio é a reconciliação de Simão Pedro e Mateus, que não se davam bem.
Morte de personagem fictício mas importante
Para quem acompanhou a série desde a primeira temporada, sabe que no grupo dos seguidores de Jesus existem duas personagens fictícias. O que dá base para essa licença poética é que ao ler os evangelhos, os autores sagrados não tem uma concordância de quem seriam todas elas, apesar de Maria, Mãe de Jesus e Maria de Magdala ( Maria Madalena ) serem as únicas a estarem nos quatro evangelhos, as outras divergem de autor para autor.
Isso nos leva a crer que existiam mulheres que seguiam Jesus e que também doavam a distância para o ministério, como é o caso de Joana, esposa de Cusa, membro da corte do Rei Herodes. Essa falta de unidade em quem seriam essas mulheres, excetuando Maria Mãe de Jesus e Madalena foi um tesouro para Dallas Jenkis desenvolver um dos personagens mais intrigantes dos evangelhos, o apóstolo Tomé.
Mulheres seguidoras de Jesus: Genialidade de Dallas para quarta temporada.
Dallas encontra nessa ”brecha” das ”mulheres que seguiam Jesus” um espaço para introduzir a personagem Ramah, lá na primeira temporada. No episódio chamado ”Um presente de casamento”, o espectador é apresentado aos que seriam os responsáveis pela comida e vinho do fatídico casamento em Caná da Galiléia. Na série, esses são Tomé e sua parceira de negócios Ramah. Bom, a partir daí o vinho acaba, Maria entra em cena e pede que Jesus ajude e o milagre acontece. Contudo, posteriormente os dois passam a seguir o Mestre.
Fica claro que os dois são apaixonados, e a série nos induz pensar durante a terceira temporada que os dois vão se casar. Inclusive, Tomé chega a pedir a mão dela em casamento ao pai ( na série esse momento não é mostrado, mas há um diálogo do apóstolo relatando a situação.)
Razão para incredulidade de Tomé
Contudo, a série apresenta Tomé como um apóstolo bem fiel e crente em tudo que Jesus apresenta durante a segunda e a terceira temporada, mas, sabe-se que na tradição cristã, o capítulo mais especial que esse apóstolo é relatado tem a ver com sua incredulidade. Em suma, é através de Ramah que Dallas em sua genialidade introduz toda a descrença do personagem.
Para os leitores ávidos do evangelho, Tomé aparece em poucas passagens e não fica claro o porque dele não crer quando os outros discípulos relatam que Jesus ressuscitou. Dallas de forma magistral começa a dar um ”sentido” a descrença do apóstolo. No episódio três da quarta temporada, Ramah é assassinada por Quintus, pretor de Cafarnaum e implora para que Jesus a cure ou a ressuscite, Jesus não o faz.
Com toda certeza, esse é um dos momentos mais impactantes de toda a série até o momento. A partir daqui, começamos a ver um Tomé triste, carrancudo e até com certo ressentimento de Jesus. Podemos dizer que depois de Jesus, Tomé é o segundo personagem mais importante dessa temporada. Através dele, vemos também o amadurecimento de Pedro ( outrora, Simão ) como líder entre os doze.
Jesus começa a confrontar os fariseus.
Por fim, algo que os fãs da série queriam ver a muito tempo começou a acontecer. Jesus começa a entrar em conflito com os mestres da lei. A tensão é um aspecto bem presente nos episódios dessa quarta temporada. Dallas também demonstra sua genialidade ao mostrar que além de Filho de Deus e Messias, Cristo também é homem e sofre com tudo que está acontecendo a sua volta. Esse momento fica evidenciado no fim do episódio 5, onde Jesus tem um momento de intimidade com sua mãe.
Judas começa a dar indícios de sua traição
Judas tem sua introdução nessa série como um jovem sonhador, que deseja fazer parte de coisas grandes e que mostra ter uma fé inquestionável em Jesus, isso na terceira temporada. Como a série faria, já que apresentou o personagem de uma forma tão benéfica, para justificar sua traição? Bom, ao que parece, Dallas é realmente um excelente diretor e roteirista.
Jenkins começou a pontuar as dúvidas do coração de Judas, não sobre quem ele acredita que Jesus é, mas na forma como ele acredita que Jesus deve fazer as coisas. A partir desse ponto, todos os atos falhos do discípulo são críveis dentro da obra. Mesmo com Tomé se tornando mais triste e raivoso, é Judas que aparenta se distanciar mais ainda da intimidade dos doze e consequentemente de Cristo.
Ressurreição de Lázaro e clímax da temporada.
Pois bem, é no episódio 7 que acontece o que todos estavam esperando para a temporada. Durante todo o momento de divulgação da série, com trailers da quarta temporada e fotos, tudo indicou aos fãs que esse seria o grande momento. A ressurreição de Lázaro é incrível, a cena tem um cuidado e um refino para estar de acordo com a narrativa bíblica mas também com uma originalidade que há muito tempo não se via nos filmes do gênero.
Nesse episódio é onde Tomé também se enfurece, pois vê que Jesus tem poder pra ressuscitar os mortos, e encara que o fato dele não ressuscitar Ramah foi por um livre ato de vontade. Aqui, está sacramentada a incredulidade do apóstolo, que possivelmente veremos ter o estopim na sétima temporada, onde mostrará a ressurreição de Cristo.
Encerramento e expectativas
O fim do episódio e consequentemente o fim da temporada se dá com o famoso ”Domingo de Ramos”. Aqui, Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho e saudado como rei pelo povo. Sabemos que a partir daqui começa a semana santa, que culminará na morte do Filho de Deus.
Na divulgação da quarta temporada, os atores deixaram claro que a quinta temporada vai adaptar a semana santa, a sexta vai adaptar a sexta feira da paixão, crucificação e morte de Jesus e a sétima, que será o encerramento mostrará a ressurreição e as aparições de Jesus na Páscoa.
O episódio 8 tem um tom de melancolia e despedida, especialmente no momento em que Jesus está prestes a entrar em Jerusalém. O fã vai precisar preparar o coração, pois com toda certeza, fortes emoções estão por vir.
TEXTO POR : MATHEUS SOUZA