Em 2020, o lançamento de “Tenet”, de Christopher Nolan, um filme de US$ 200 milhões, estava em risco, enfrentando um adiamento indefinido devido à pandemia de COVID, que mantinha os cinemas fechados.
Naquele verão, o diretor, conhecido por defender a experiência nas telonas, queria que seu thriller de espionagem fosse o primeiro grande filme a estrear nos cinemas reabertos.
A então chefe da Warner Bros. Entertainment, Ann Sarnoff, e o presidente do estúdio, Toby Emmerich, concordaram com o lançamento, desde que Nolan renunciasse a certas taxas.
Após a fusão da WarnerMedia com a Discovery em 2022 e a mudança na liderança do estúdio, os novos chefes do grupo cinematográfico, Michael DeLuca e Pamela Abdy, estavam ansiosos para ver Nolan retornar ao estúdio.
No entanto, ele havia se mudado para a Universal nove meses antes da chegada deles, para fazer “Oppenheimer”. A Warner Bros. até ofereceu um cheque de sete dígitos, devolvendo as taxas de “Tenet” que Nolan havia dispensado, como um gesto de boa vontade. Porém, esse gesto não conseguiu convencer o diretor a retornar.
Nolan, que ainda vive na mesma casa modesta nas colinas de Hollywood e era conhecido por dirigir um Honda de 20 anos, não se importa com o dinheiro, e alguns milhões a mais não fizeram diferença.
Em vez disso, ele e sua parceira de produção e esposa, Emma Thomas, decidiram levar seu próximo projeto, estrelado por Matt Damon, para a Universal e sua líder formidável, Donna Langley. Stephen Galloway, reitor da Chapman University, comentou:
“Para Nolan, o que importa é: você vai lançar isso da forma certa? Vai ter a estratégia de marketing correta? Vai garantir as telas de Imax? Vai me deixar em paz para fazer o filme que eu quero?”.
O feito de Nolan com “Oppenheimer” foi considerado milagroso. O vencedor do Oscar de Melhor Filme arrecadou quase US$ 1 bilhão — US$ 976 milhões, para ser exato — apesar de sua classificação indicativa para maiores de idade, três horas de duração e foco em uma figura histórica que, segundo Galloway, é “o assunto menos provável de fazer dinheiro na história do entretenimento”.
Quando se trata de Nolan, seu nome é a marca. Como afirmou o analista de bilheteria Jeff Bock: “Christopher Nolan é uma propriedade intelectual por si só. Apenas um punhado de diretores é conhecido pelo público em geral, e ele está no topo dessa lista atualmente”.
TEXTO POR: EDINOR JUNIOR